Como está seu copo financeiro,metade cheio ou metade vazio?
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
como ter uma mente milionária com 3técnicas simples
O que é o modelo de dinheiro e por que ele é importante?
domingo, 23 de agosto de 2015
4 investimentos simples e seguro como alternativa a poupança
O rendimento da poupança tem sido bem inferior ao de outros investimentos, mas tem quem deixe o dinheiro aplicado na caderneta por pura falta de conhecimento sobre as outras opções de aplicações disponíveis no mercado.
Para te ajudar na tarefa de explorar boas oportunidades de investimento, ou deixar a preguiça de lado (se esse for o caso) e, enfim, buscar um retorno melhor para o seu dinheiro, EXAME.com listou algumas aplicações que podem ser boas alternativas para quem sempre quis se divorciar da poupança, mas tem medo de se aventurar por outros mares.
São investimentos com baixo risco, pouco complexos e com rendimentos que deixam a poupança no chinelo. Veja a seguir.
Tesouro Selic
O Tesouro Selic (antes chamado de LFT) é um título público, negociado por meio da plataforma de negociação online Tesouro Direto. Ele paga ao investidor a variação da taxa básica de juros - a taxa Selic - durante o período da aplicação.
Como o emissor dos títulos é o governo, ele tem baixíssimo risco de crédito, que seria o risco de o emissor desonrar o pagamento. “O risco é menor do que o da poupança, já que, enquanto a poupança conta com a segurança do FGC [Fundo Garantidor de Crédito], o Tesouro Direto conta com a segurança do governo”, diz André Moraes, analista da XP Investimentos.
Ainda que alguns investidores questionem se o risco de calote dos títulos públicos é de fato baixo, economistas dizem que a probabilidade de o governo desonrar os pagamentos dos títulos é remota. Apenas para citar um dos argumentos que reforça o baixo risco de crédito do Tesouro, como os títulos são emitidos em reais, no limite o governo poderia emitir papel-moeda para honrar os pagamentos (veja por que o risco de calote do Tesouro é baixíssimo).Diferentemente de outros títulos públicos, o Tesouro Selic também não apresenta risco de prejuízo ao ser vendido antes do prazo, já que ele paga a variação da taxa Selic, que é sempre positiva. No máximo ele pode ter um pequeno deságio, que seria uma taxa deduzida da variação da Selic paga para compensar o Tesouro pela venda antes do prazo em um momento de baixo interesse pelo papel.
Mas nada que se compare ao risco de prejuízos dos outros títulos, que ao serem vendidos antes do vencimento podem gerar perdas significativas do valor investido (conheça os riscos de cada título).
Outra grande vantagem, comum a todos os títulos públicos, é que eles são muito democráticos: o investidor que aplica 100 reais tem exatamente a mesma rentabilidade de quem aplica 1 milhão de reais.
O investimento também é bem acessível. O investidor pode comprar apenas uma fração de um título, desde que não compre menos de 1% de um título e não invista menos de 30 reais. Como o Tesouro Selic é atualmente vendido por 7.058,52 reais, com 70,58 reais (1% do título) já é possível fazer a aplicação.É importante tomar cuidado com as taxas de administração cobradas pelas instituições financeiras autorizadas a negociar os títulos públicos, chamadas de agentes de custódia. Enquanto algumas isentam o investidor do pagamento dessa taxa, outras chegam a cobrar até 2% ao ano, o que compromete os ganhos (confira a lista de agentes de custódia e as taxas cobradas por cada um deles).
Uma das principais desvantagens dos títulos públicos é o desconto de Imposto de Renda (IR): aplicações feitas em até 180 dias são tributadas à alíquota de 22,5%; de 181 dias a 360 dias o imposto cai para 20%; de 361 a 720 dias vai para 17,5%; e acima de 721 dias é aplicada a menor alíquota, de 15%.
Ainda assim, o rendimento do Tesouro Selic em um ano (quando o desconto de IR é de 20%) é de 11,48%, considerando a Selic atual, de 14,25% ao ano. Ou seja, fica bem acima dos 7,56% ao ano da poupança (rentabilidade da caderneta nos últimos 12 meses, segundo a Calculadora do Cidadão, do Banco Central), que é isenta de IR.
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Ao aplicar em um CDB, o investidor empresta dinheiro ao banco e é remunerado por isso, enquanto o banco utiliza os recursos captados para emprestá-los a outros clientes. Assim, o banco pega o seu dinheiro em uma ponta e empresta na outra, pagando uma taxa menor para captar do que aquela cobrada para emprestar, o que garante seu lucro.
O mais comum é que os CDBs sejam pós-fixados e atrelados à taxa DI, o que significa que eles pagam ao investidor certo percentual dessa taxa, que fica muito próxima à taxa Selic.
Moraes, analista da XP Investimentos, afirma que os CDBs podem ser uma boa alternativa à poupança, sobretudo pelo baixo risco. “Esse investimento tem exatamente a mesma segurança que a poupança porque ambos contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito [FGC], mas o retorno do CDB chega a ser o dobro do retorno da caderneta”, diz.
O FGC é uma entidade mantida pelos próprios bancos para garantir a segurança do mercado financeiro. Em caso de quebra do banco, ele reembolsa ao investidor o seu prejuízo, mas até o limite de 250 mil reais por conta e por CPF. Ou seja, se o investidor aplicar 300 mil reais em um só banco, mesmo que o valor seja dividido entre títulos diferentes, o limite de reembolso é de apenas 250 mil reais.
Além disso, como a proteção é válida por conta, mesmo que duas pessoas sejam titulares de uma conta conjunta o reembolso em caso de prejuízo será de 250 mil reais e não de 500 mil reais.
Ainda que os CDBs sofram desconto do Imposto de Renda (IR) – enquanto LCIs e LCAs são isentas, como será visto a seguir – o banco pode oferecer uma rentabilidade mais alta para os CDBs do que para os investimentos isentos porque os valores captados com esse título não precisam ser destinados para uma linha de crédito específica, como ocorre com as LCIs e LCAs.
É importante, portanto, comparar a rentabilidade líquida do CDB (descontado o IR), para verificar se sua remuneração é superior a de outros investimentos que são isentos.
Vale ressaltar que o CDB é um produto cujas taxas de remuneração costumam ser negociadas com o banco. Assim, se você for um cliente antigo, ou tiver um bom volume de recursos para investir, não deixe de tentar negociar uma taxa maior.
Os bancos menores costumam oferecer taxas mais atraentes, já que eles têm mais risco de quebrar e não captam clientes com a mesma facilidade dos bancos grandes e mais conhecidos. Nos bancos médios é possível encontrar facilmente CDBs que pagam mais de 100% da taxa DI, já nos bancos médios normalmente é oferecido um percentual de 90% da taxa, ou menor.
Outra vantagem dos CDBs é que muitos oferecem liquidez diária, ou seja, permitem o resgate do valor investido a qualquer momento. No entanto, as melhores remunerações são obtidas nos CDBs de longo prazo, com vencimento em um, dois ou três anos.
No caso do banco Sofisa, por exemplo, um CDB com liquidez diária paga 100% do CDI, já um CDB com prazo de três anos, que só permite o resgate no vencimento, rende 110% do CDI.
Os CDBs também costumam ser muito acessíveis. No banco Sofisa, por exemplo, é possível investir com apenas 1 real.
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
A LCA é o título emitido pelos bancos para financiar participantes da cadeia do agronegócio. Sua principal vantagem é a isenção de IR, benefício concedido pelo governo como forma de incentivar o crédito ao setor.
Já as desvantagens da LCA são os prazos de vencimento mais longos e a exigência de aportes maiores do que o CDB. Alguns bancos exigem aportes de dezenas de milhares de reais para a LCA, ou podem nem oferecer esta opção. No entanto, bancos como o Sofisa já oferecem LCAs com aportes mínimos de 1 real.
André Moraes, analista da XP, afirma que, por mais que a oferta de CDBs seja mais abundante e as LCIs e LCAs tenham ficado mais escassas nos últimos anos, o investidor ainda consegue encontrar esses títulos sem grande dificuldade no mercado. “É possível encontrar produtos na prateleira com boas taxas, de até 97% da taxa DI, e com aportes mínimos de 10 mil reais”, diz.
As LCAs também contam com a proteção do FGC, assim possuem o mesmo risco de crédito que a poupança, que também é protegida pela entidade.A baixa liquidez, ou seja, a dificuldade de resgatar os recursos antes do prazo deve ser um ponto a ser considerado. “Algumas LCAs têm prazos de vencimento superiores a um ano ou dois e o investidor não consegue resgatar os recursos antes desse prazo”, diz Moraes.
Assim, por mais que a rentabilidade da LCA seja superior a de outras opções, como os CDBs, a aplicação pode não valer a pena para investidores que não têm certeza se realmente podem abrir mão dos recursos durante o prazo do investimento.
Letra de Crédito Imobiliário (LCI)
Muito semelhante à LCA, a LCI também conta com isenção de IR e é o título emitido pelos bancos para obtenção de recursos destinados a financiamentos do setor imobiliário. Sua desvantagem pode ser o aporte inicial elevado e o prazo mais longo.
Assim como as LCAs, é mais comum que os bancos exijam aportes elevados para investimentos em LCIs. Mas, novamente, vale ressaltar que alguns bancos podem aceitar aportes menores, como o Sofisa, que permite ao investidor aplicar em LCIs com apenas 1 real.A remuneração da LCI, assim como do CDB e da LCA, pode variar muito de acordo com a estratégia de cada banco. Se por ventura o banco precisar captar recursos para fornecer crédito a um empreendimento imobiliário, por exemplo, ele pode emitir LCIs com taxas superiores às taxas da LCA e do CDB.
Por isso, é importante pesquisar entre diferentes bancos as taxas oferecidas e comparar as rentabilidades dos CDBs, LCIs e LCAs para checar qual título oferece o maior rendimento - lembrando que, ao comparar o rendimento com o CDB é importante descontar o IR cobrado.
A LCI tem o risco de crédito semelhante ao da poupança e da LCA, já que também conta com a proteção do FGC.
Fundos DI
Os fundos referenciados DI são tipos de fundos que aplicam majoritariamente em investimentos que acompanham as variações da taxa DI. Eles oferecem baixo risco, já que os investimentos atrelados à taxa DI costumam ser conservadores.Apesar de não contarem com a proteção do FGC, como os fundos possuem CNPJ próprio, por mais que a instituição responsável pelo fundo vá à falência, o fundo não é afetado, apenas passa a ser gerido por outra instituição.
William Eid, professor da Fundação Getúlio Vargas cita como principal vantagem dos fundos sua facilidade. “A partir de 100 reais é possível investir em fundos DI, enquanto LCIs, LCAs e CDBs, principalmente nos grandes bancos, exigem aportes maiores”, afirma.
As desvantagens do investimento são a taxa de administração e o desconto de IR, cobrado por meio do sistema de tributação conhecido como "come-cotas", no qual o imposto é cobrado duas vezes ao ano (em maio e novembro) e é deduzido por meio da redução do número de cotas do fundo - daí seu apelido.
Ainda que esses fundos possam atingir o rendimento de 100% da taxa DI, como alguns CDBs e o Tesouro Selic, com o desconto da taxa de administração eles podem facilmente perder dessas outras aplicações. As taxas variam bastante, mas costumam partir de 1% e chegam a até 5% ao ano, taxa considerada caríssima.Outro problema dos fundos DI é que não existe nenhuma garantia de que o fundo conseguirá atingir a uma rentabilidade de 100% da taxa DI, portanto cabe ao investidor buscar um gestor com bom histórico, que seja capaz de bater a taxa DI.
Por conta dessas desvantagens, André Moraes defende que os fundos DI são interessantes apenas para investidores que querem deixar toda a responsabilidade para o gestor.
“Eles são indicados somente para investidores que não querem se preocupar de forma alguma com prazos, onde investir, etc. Por mais que o gestor do fundo seja muito bom, por causa da taxa de administração ele nem sempre ele consegue superar a taxa DI, enquanto CBDs, LCIs e LCAs, superam facilmente", diz Moraes.
Comparativo
Confira na tabela a seguir uma comparação entre os rendimentos de cada uma das aplicações citadas acima em prazos de um ano e dois anos e o investimento mínimo de cada uma delas. No caso dos CDBs, LCIs e LCAs foram considerados percentuais da taxa DI comumente oferecidos no mercado, mas os rendimentos podem variar de acordo com o banco. E no caso dos fundos DI foi considerada uma rentabilidade de 100% da taxa DI, mas, da mesma forma, dependendo da gestão, o fundo pode apresentar uma rentabilidade superior ou inferior à apresentada abaixo.
TESOURO SELICInvestimento mínimo
R$ 70,58 (1% do título que atualmente custa R$ 7.058,52
Rendimento em um ano*11,48% (investimento por instituições que não cobram taxa de administração)
Rendimento em 25 meses* (quando o IR cai para 15%)26,50% (investimento por instituições que não cobram taxa de administração)
CDB
Investimento mínimo
R$ 1,00**
Rendimento em um ano*
11,76% (CDBS que pagam 100% do DI)
Rendimento em 25 meses* (quando o IR cai para 15%)
27,19% (CDBS que pagam 100% do DI)
LCI Investimento mínimo
R$ 1,00**Rendimento em um ano*
12,75% (LCI que paga 90% do DI)
Rendimento em 25 meses* (quando o IR cai para 15%)
28,39% (LCI que paga 90% do DI)
LCA
Investimento mínimo
R$ 1,00**
Rendimento em um ano*
12,75% (LCA que paga 90% do DI)
Rendimento em 25 meses* (quando o IR cai para 15%)28,39% (LCI que paga 90% do DI)
Fundos DIInvestimento mínimo
R$ 100,00
Rendimento em um ano*
10,93% (fundo DI que rende 100% da taxa DI, com taxa de administração de 1% ao ano)
Rendimento em 25 meses* (quando o IR cai para 15%)
25,40% (fundo DI que rende 100% da taxa DI, com taxa de administração de 1% ao ano)
*Para facilitar o cálculo, todos os rendimentos da tabela consideraram uma taxa DI igual à atual taxa Selic, de 14,25% ao ano. Apesar de ficar próxima à taxa Selic, no entanto, a taxa DI costumam ficar um pouco abaixo da taxa básica de juros.
**1 real é o investimento mínimo exigido pelo Banco Sofisa, mas outros bancos costumam exigir aportes maiores, sobretudo no caso das LCIs e LCAs, que costumam exigir investimentos de pelo menos 10 mil reais.
Diversifique
Ainda que as aplicações citadas estejam entre as mais conservadoras do mercado, nenhum investimento está totalmente livre de riscos.
Por isso vale a pena seguir a velha e boa dica de não colocar todos os ovos numa cesta só. Assim, você não corre o risco de concentrar todos os recursos em um investimento e perder 100% do dinheiro se o improvável ocorrer, afinal outros investimentos podem segurar a onda.
domingo, 9 de agosto de 2015
O que é tesouro direto?
Apresentação
O mercado de capitais brasileiro está entre os mais sofisticados do mundo. Em razão do esforço
conjunto da BM&FBOVESPA, das empresas, do governo e de investidores, vivemos hoje uma
realidade completamente distinta que experimentávamos em um passado recente. A estabilização
econômica conquistada pelo País e a abertura para o capital estrangeiro levaram o mercado de
financiamento de longo prazo a experimentar uma fase excepcional de desenvolvimento, possivelmente
uma das mais importantes da história econômica brasileira.
Esta nova conjuntura, por permitir que o Brasil passasse a praticar taxas de juros menores, colocou
os investidores frente a um cenário diferente. Como ocorre em economias organizadas, é
preciso agora voltar a atenção para um horizonte mais amplo do que o da renda fixa, considerar
outras modalidades de aplicações e lidar com prazos maiores.
Esses novas oportunidades, por serem mais complexas e atenderem a diversos objetivos e perfis,
exigem um pouco mais de estudo e reflexões. E é justamente esse o propósito deste guia: apresentar
de forma clara e prática as principais opções existentes hoje para o investidor brasileiro.
Para que investir
A qualidade de vida no Brasil vem melhorando nas últimas décadas. A maioria da população
do país pertence hoje à classe média, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Esse dado indica que atualmente existe melhor distribuição da renda.
Além disso, os avanços em vários setores – saúde, educação, infraestrutura etc. – têm aumentado
a longevidade da população. Quem nascia no Brasil na década de 1940 tinha uma esperança de
vida de aproximadamente de 40 anos.
Compare com o quadro abaixo, e confira a melhora constante que está ocorrendo.
Brasil: Esperança de vida ao nascer (*)
(ambos os sexos, em função do ano de nascimento)
Ano de Esperança de
Referência Vida
1940 41,53
1950 45,51
1960 51,64
1970 53,46
1980 62,80
1991 65,78
1996 66,90
2000 70,40
2010 73,48
(*) Expressa o número de anos que se espera viver um recém-nascido que, ao longo de sua vida, esteja exposto às
taxas de mortalidade observadas em uma determinada população em dado período de tempo.
Fonte: www.ibge.gov.br
Ainda que existam muitos desafios pela frente, temos de fato o que comemorar. Essas são ótimas
notícias e nos fazem imaginar que os brasileiros vão passar mais tempo trabalhando, se divertindo,
viajando etc. Portanto, está na hora de começar a olhar o futuro com mais atenção.
Pensar com esse novo horizonte é um exercício que pode ser uma novidade para muitas pessoas.
Afinal, instintivamente tendemos a atender a nossas necessidades imediatas, saciar nossas vontades.
Programar o futuro significa considerar “O Valor do Amanhã”, que é justamente o nome de
um livro
do economista Eduardo Giannetti. Nessa obra, o autor desenvolve o conceito de “trocas
intertemporais”, isto é, a ideia de que vivemos negociando entre o presente e o futuro. Seja no
final de uma refeição, quando em nome da saúde ou da estética renunciamos ao doce; ou nas ocasiões
em que controlamos o impulso de compra, para honrar o compromisso pessoal de poupar.
Estamos sempre ou abrindo mão de um prazer imediato, para desfrute posterior; ou usufruindo
agora, pensando em pagar a conta no futuro (“recomeço o regime na segunda-feira” ou “poupo
em dobro no mês que vem”).
Está no âmbito do nosso livre-arbítrio escolher se queremos viver em uma posição credora, “sacrifício
agora, benefício futuro”; ou devedora, “viver agora, pagar depois”. As duas posturas são
racionais e perfeitamente legítimas, desde que observados certos limites. Existe, claro, o risco de
excesso nas duas situações. Gianetti relata o caso de esquilos que pesam centenas de gramas e
chegam a acumular reservas de alimentos de 25 kg. Por outro lado, há países que vivem verdadeiras
epidemias de obesidade. Um é formiga demais, enquanto o outro é cigarra demais, se nos
lembrarmos da fábula atribuída a Esopo.
Planejar os investimentos tem a mesma lógica dessas trocas intertemporais. Exige abrir mão de
algo agora, com vista no benefício posterior. A experiência mostra que, se racionalizarmos e definirmos
objetivos claros, tende a ser mais fácil mediar esse verdadeiro embate entre presente e
futuro que ocorre nas nossas entranhas na hora de tomar uma decisão de renúncia em nome de
um projeto. Todo mundo tem um sonho. Para alcançá-lo é necessário escolher e dirigir os esforços
na sua direção.
Enfim, para que investir? Para viver melhor, realizar planos, proporcionar experiências diferentes
para a família, conquistar tranquilidade...
Tesouro Direto
O que é?
É o programa de venda de títulos do governo federal para pessoas físicas. Ao aplicar no Tesouro
Direto você empresta recursos para a União. Da mesma forma que o dono de um imóvel recebe
uma remuneração pelo aluguel de sua propriedade, o governo federal paga juros para usar o seu
dinheiro. Por ser uma transação com um “cliente poderoso”, o Tesouro Nacional, esse é considerado
um dos investimentos de menor risco.
Pontos positivos
• Baixo risco
• Baixo custo
• Previsibilidade
Recomendado para quem?
As aplicações no Tesouro Direto são indicadas para quem busca baixo risco e previsibilidade. Elas
integram a classe de investimento conhecida como renda fixa.
Ao entrar no Tesouro Direto, você vai comprar títulos que rendem juros, emitidos pelo governo
federal. Por isso, são considerados os de menor risco: quem tem a obrigação de honrá-los é o Tesouro
Nacional. Os recursos arrecadados pelo Tesouro Direto servem para financiar as atividades
do governo, como educação, saúde e infraestrutura.
Note que, quando empresas e bancos emitem esse tipo de título, estes também são chamados
de renda fixa. A diferença aqui é ter a União como responsável pelo pagamento das obrigações.
Como existem duas modalidades, o Tesouro Direto permite que investidor diversifique suas
aplicações, contemplando cenários de alta ou baixa de juros e variação da inflação, com flexibilidade
de datas de resgate.
Vantagens
• Baixo risco. Por ser uma aplicação que é honrada pelo governo federal, é considerada de baixo
risco, quando comparada com outras opções no mercado.
• Baixo custo. Comparadas com outras opções de investimento em renda fixa (como fundos),
em geral as aplicações no Tesouro Direto têm menor custo.
• Previsibilidade. Por ser uma aplicação versátil (compatível com pequenas e grandes somas,
diversos vencimentos e modalidades de pagamento variadas), permite que o investidor programe
os resgates em função de obrigações futuras.
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• Liquidez. Se for preciso, você pode resgatar sua aplicação antes do vencimento: o Tesouro
Nacional garante a recompra dos títulos todas as quartas-feiras.
• Diversificação. Como existem duas modalidades, o Tesouro Direto permite que o investidor
diversifique suas aplicações, contemplando cenários de alta ou baixa de juros e variação da inflação.
• Acessibilidade. Com cerca de R$30 já é possível iniciar uma aplicação.
• Comodidade. O investidor aplica, acompanha e resgata os recursos pela Internet.
• Vantagem tributária. O Imposto de Renda (IR) só é cobrado no momento de saída do investimento,
ou no recebimento das parcelas semestrais, depende da modalidade. Nos fundos
de investimentos de renda fixa, por outro lado, o imposto é recolhido semestralmente, pelo
mecanismo conhecido como “come-cotas”.
Riscos
Apesar de o Tesouro Direto ser considerado uma das opções mais seguras pelo mercado, é sempre
bom lembrar que não existe investimento sem risco. Até mesmo governos podem ser acometidos
por episódios de inadimplência.
Existem ainda as incertezas inerentes à modalidade e às suas variações:
No caso de o investidor esperar até o vencimento:
• Pós-fixadas
Nos títulos que seguem a Selic (LFT), se o juro de mercado cair, o investidor receberá menos
do que ganharia se tivesse comprado um título prefixado ou até mesmo um juro menor do
que a inflação no período.
Nos títulos que combinam inflação e juros prefixados (NTN-Bs), a parcela de remuneração
prefixada, como o próprio nome diz, não muda se o juro de mercado subir, resultando eventualmente
em uma remuneração menor do que a que seria obtida com um título pós-fixado puro.
• Prefixadas
Se o juro de mercado subir ou a inflação for maior do que a projetada quando o título foi comprado,
o investidor resgata um valor menor do que se tivesse investido em um título pós-fixado.
No caso de o investidor resgatar antecipadamente:
• Pós-fixadas
Nos títulos que seguem a Selic (LFT), o juro de mercado pode ter caído em relação à data do
investimento, tendo um resultado menor do que o indicado naquele momento.
Nos títulos que combinam inflação e juros prefixados (NTN-Bs), pode ocorrer uma rentabilidade
maior ou menor do que a prevista na hora da aplicação, tanto pelas flutuações na taxa
de juro de mercado como pela variação da expectativa de inflação dos agentes financeiros.
• Prefixadas
Pode ocorrer uma rentabilidade maior ou menor do que a prevista na hora em que investiu, em
função da variação da taxa de juros praticada no mercado na hora do saque.
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Modalidades
Existem dois tipos: prefixada e pós-fixada.
Prefixada
Nesse tipo de título, a taxa de juros é definida previamente, na hora em que o investimento é
feito. Assim o investidor sabe, desde o início, quando e quanto vai ganhar com a aplicação. As
prefixadas são indicadas para quem acredita que a taxa de juros vai cair. Com elas, o investidor
garante que vai receber os juros em vigor no momento da aplicação, se mantiver os recursos até o
vencimento. Além disso, pode decidir se quer receber tudo de uma vez no vencimento do título,
ou se prefere receber juros semestrais.
Por ter o risco de perda com a inflação e com a eventual flutuação de juros no caso de saída antecipada,
as prefixadas, ainda que também sejam aplicações consideradas de pequeno risco, são as
mais arrojadas do Tesouro Direto.
As datas de vencimento, assim como as de pagamento dos eventuais juros parciais, são definidas
na hora de aplicar, pela escolha do título. Para quem não está habituado, os nomes dos títulos podem
soar confusos, uma verdadeira sopa de letras. Mas, com o tempo, todo mundo se acostuma.
Para receber tudo no final do período, pode-se investir em Letras do Tesouro Nacional (LTN).
Vantagens
• Comodidade e economia: uma aplicação e um resgate, sem os custos de reinvestimento.
• Saber exatamente a rentabilidade a ser recebida na data de vencimento.
• Maior disponibilidade de vencimentos para a negociação no Tesouro Direto.
• Garantia de um fluxo de rendimentos periódicos (chamados cupons semestrais).
Desvantagens
• No caso de alta da inflação, ocorrerá queda no rendimento real (quando se desconta a perda
com a inflação).
• No caso de o investidor precisar resgatar antes do vencimento, pode ter uma rentabilidade
maior ou menor do que a prevista na hora em que investiu, em função da variação da taxa de
juros praticada no mercado na hora do saque.
Para receber juros semestrais, pode-se investir em Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F).
Pós-fixada
A rentabilidade é definida posteriormente, apenas na hora em que o investimento é resgatado.
Pós-fixada ligada aos juros básicos
Sempre vai acompanhar a taxa de juros básico da economia, a Selic. São indicadas para quem
acredita que a taxa de juros vai subir, ou prefere a segurança de acompanhar sempre a flutuação
dos juros, tanto para cima como para baixo. Por sempre seguir os passos da Selic, as pós-fixadas
do Tesouro Direto são consideradas as aplicações mais conservadoras. Estes títulos são chamados
Letras Financeiras do Tesouro (LFT).
Vantagens
• Garantir uma rentabilidade que acompanha a taxa básica de juros da economia (Selic).
• Comodidade e economia: uma aplicação e um resgate, sem os custos de reinvestimento.
Desvantagens
• A rentabilidade flutua em função da expectativa de taxa de juros dos agentes financeiros.
Pós-fixada ligada à inflação
Neste caso, a remuneração também só será conhecida no resgate e é composta de duas parcelas,
uma predefinida (prefixada) na hora de investir e outra pós-fixada, que varia com a inflação,
calculada na hora do resgate.
Nesta modalidade, o investidor sabe, desde o início, quando e quanto de juros vai ganhar em
termos reais (descontada a perda com a inflação). Por isso, é considerada uma aplicação conservadora,
indicada para quem acredita que a taxa de juros vai cair, ou que para quem quer ser proteger
de uma eventual subida da inflação.
O investidor pode decidir se quer receber tudo de uma vez na data de vencimento, ou se prefere
receber juros semestrais. A escolha é feita na hora de investir.
Para receber tudo no final do período, pode-se investir em Notas do Tesouro Nacional Principal
(NTN-B Principal).
Vantagens
• Comodidade e economia: uma aplicação e um resgate, sem os custos de reinvestimento.
• Se os recursos forem mantidos até o vencimento, saber exatamente o resultado real do investimento.
Isto é, quanto rendeu acima da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA, indicador usado pelo governo federal para fixar as metas de inflação).
• Previsibilidade e segurança no longo prazo, atributos recomendados para investimentos com
objetivos de aposentadoria, compra de casa própria etc.
• Garantia de um fluxo de rendimentos periódicos (chamados cupons semestrais).
Desvantagens
• No caso de o investidor precisar resgatar antes do vencimento, pode ter uma rentabilidade
maior ou menor do que a prevista na hora em que aplicou, tanto pelas flutuações na taxa de
juro de mercado como pela variação da expectativa de inflação dos agentes financeiros.
Para receber juros semestrais, pode-se investir em Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B).
Como investir
Como em qualquer decisão de investimento, primeiro trace seus objetivos e consulte sua corretora
para descobrir a modalidade
mais adequada para atingi-los (veja adiante como escolher uma v
instituição autorizada).
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Calcule sua disponibilidade de recursos
Verifique quais são os títulos disponíveis.
Escolha com critério uma instituição habilitada: ela será a sua representante frente ao Tesouro
Nacional. Essa seleção é importante também porque, além da custódia (0,30% ao ano sobre o
valor dos títulos), existem custos de corretagem específicos de cada agente. Confira a classificação
das instituições em função das tarifas cobradas.
Preencha o cadastro e envie os documentos.
Lembre-se de que quando houver resgate, o agente é o responsável por recolher o Imposto de
Renda sobre o rendimento. A alíquota varia de acordo com o tempo de investimento:
Tributação sobre os rendimentos
Resgate Alíquota
Até 180 dias 22,50%
Entre 181 e 360 dias 20%
Entre 361 e 720 dias 17,50%
Após 720 dias 15%
Na lista de instituições habilitadas, você vai notar que algumas são “agente integrado”. São as
que têm seus sistemas conectados diretamente aos do Tesouro Direto, o que facilita a vida do
investidor: as operações de compra e venda são feitas no próprio site da instituição. Basta seguir as
informações nas telas do sistema, que variam de acordo com cada instituição.
Se o agente não for integrado, as operações são feitas em duas fases.
1. O investidor escolhe o título que quer comprar ou vender no site do Tesouro Direto. Ali,
informa também qual é o seu agente.
2. Depois, respeitando o prazo estabelecido, transfere para seu agente os recursos necessários
para finalizar a compra. No caso de venda, o crédito do resgate será feito também por intermédio
do agente de custódia.
Perguntas frequentes – Tesouro Direto
Qual o valor mínimo para investir?
Não é preciso muito dinheiro para investir no Tesouro Direto. Com cerca de R$30 você já pode
começar.
Como escolho em que título público investir entre tantas
alternativas?
A melhor maneira é verificar em qual modalidade do Tesouro Direto seus objetivos se encaixam
melhor. Existem duas categorias:
1. Títulos prefixados: investidor sabe antecipadamente quanto vai render.
2. Títulos pós-fixados: o valor final só é conhecido na data de resgate, pois, dependendo do tipo,
acompanha a taxa de juros básicos da economia (Selic), ou a inflação (IPCA).
Veja a seção Modalidades para entender os pontos positivos de cada um. A escolha do tipo ideal
depende das suas intenções, do tempo que seu dinheiro vai render e dos seus objetivos.
Como escolher a corretora?
Escolha pelo tipo de serviço que deseja e pelas taxas cobradas.
Na hora de compará-las, pense no seguinte:
• Como você quer interagir (telefone, Internet ou contato pessoal)? Quanto mais personalizado,
mais caro o atendimento tende a ser.
• Quais serviços você terá para ajudá-lo a decidir (relatórios, calculadoras, bate-papo pela Internet
(chat), vídeos, conversa com um consultor etc.)?
• Qual é a taxa de corretagem? Confira a classificação das instituições
em função das tarifas
cobradas.
Consulte a seção Como Investir.
Qual é a diferença de rentabilidade entre os títulos públicos e as
ações?
São classes de investimento diferentes.
Os títulos públicos estão na categoria chamada renda fixa, caracterizada por ser mais conservadora,
sujeita a menores riscos, e por oferecer ganhos mais previsíveis e moderados.
As ações são da classe de renda variável: tendem a variar mais que os títulos públicos, são mais
arriscadas, mas têm maior potencial de rentabilidade.
Dadas essas diferenças, a comparação direta não faz muito sentido, pois são categorias indicadas
para objetivos diferentes:
• Títulos públicos: manutenção do valor do investimento e ganhos moderados.
Renda variável: maior potencial de ganho, com mais riscos.
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Que taxas são cobradas?
Taxa BM&FBOVESPA: 0,30% ao ano sobre o valor dos títulos (serviços de guarda dos títulos e
informações sobre a posição do investimento).
Taxa agente custodiante: definida pela corretora.
Veja o ranking das instituições segundo o custo.
Ao investir no Tesouro, recebo dividendos como nas ações?
Não. Títulos do Tesouro Direto não têm dividendos.
No entanto, se você busca pagamentos regulares, note que há modalidades que pagam rendimentos
semestrais. Veja quais na seção Modalidades.
Que riscos corro?
O risco de a União não honrar o pagamento, pois até mesmo governos, em situações extremas,
podem se tornar inadimplentes. Além disso, existem riscos que dependem tanto da data de
resgate, quanto da modalidade.
No caso de o investidor esperar até o vencimento:
• Pós-fixadas
Nos títulos que seguem a Selic (LFT), se o juro de mercado cair, o investidor receberá menos
do que ganharia se tivesse comprado um título prefixado ou até mesmo um juro menor do
que a inflação no período.
Nos títulos que combinam inflação e juros prefixados (NTN-Bs), a parcela de remuneração
prefixada, como o próprio nome diz, não muda se o juro de mercado subir, resultando eventualmente
em uma remuneração menor do que a que seria obtida com um título pós-fixado puro.
• Prefixadas
Se o juro de mercado subir ou a inflação for maior do que a projetada quando o título foi comprado,
o investidor resgata um valor menor do que se tivesse investido em um título pós-fixado.
No caso de o investidor resgatar antecipadamente:
• Pós-fixadas
Nos títulos que seguem a Selic (LFT), o juro de mercado pode ter caído em relação à data do
investimento, tendo um resultado menor do que o indicado naquele momento.
Nos títulos que combinam inflação e juros prefixados (NTN-Bs), pode ocorrer uma rentabilidade
maior ou menor do que a prevista na hora da aplicação, tanto pelas flutuações na taxa
de juro de mercado como pela variação da expectativa de inflação dos agentes financeiros.
• Prefixadas
Pode ocorrer uma rentabilidade maior ou menor do que a prevista na hora em que investiu, em
função da variação da taxa de juros praticada no mercado na hora do saque.
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